sábado, 27 de agosto de 2011

Fico ou não fico?


Estou num dilema: ganhei uma cadelinha e meus filhos acham que é loucura eu criá-la. Moro com um filho que pouco fica em casa, não dependo de ninguém financeiramente, mas mesmo assim fico dando ouvidos aos palpites de todos.
Tivemos uma cadela que viveu conosco durante 14 anos. Era a alegria de nossa casa. Muito esperta e alegre, meio maluquinha, corria para nos receber ao chegarmos e se virava toda pedindo carinho. Assistia televisão comigo e era educada e obediente. Faleceu de um câncer que se desenvolveu rapidamente.
Quando estava para ser internada no hospital veterinário, preparei uma caixa para transportá-la com conforto. Coloquei um colchonete, forrei tudo cuidadosamente com um panos cor de rosa e branco. Foi um trabalho meticuloso, que me dava tempo para recordações e despedida. Não tive coragem de acompanhá-la.
Do hospital veterinário meu ex-marido me ligou para que eu tomasse a decisão. Nada mais tinha a se fazer - ou voltava para casa naquelas condições ou a sacrificava. A decisão para autorizar a eutanásia foi dolorosa, mas não tinha outra opção. Ela sofria, não conseguia mais nem sustentar a cabeça, não se alimentava e gemia muito.
Colocaram Neguinha numa sala reservada e deram um tempo para o meu ex-marido despedir-se dela. Foram minutos intermináveis... Nós dois ao telefone, chorávamos muito, enquanto ele me relatava cada detalhe. Num instante, Neguinha olhou para ele, lambeu o seu braço e virou a cabeça. Ela tinha dado o sinal de que estava na hora de partir.
Na próxima semana completa dois anos de sua partida e justo nessa hora me presenteiam com uma outra cachorra e eu não sei o quê fazer.
Vou confessar uma coisa: durante os 14 anos eu nunca fiz um carinho em Neguinha. Tenho problemas em tocar em pelo de animal. Eu alimentava, limpava seu cantinho, brincava e conversava com ela, mas não a tocava.
Como será agora com a nova companhia?  É uma raça que o animal adulto pesa quase 40 kg, em breve estará imensa, ocupando todos os espaços de meu apartamento. De temperamento brincalhão vai pular e quebrar coisas, vai roer todos os fios e sapatos que encontrar pelo caminho. Entretanto será uma ótima companheira, me obrigará a passear com ela todos os dias. Vai ser bom acordar mais cedo e caminhar pela orla e contemplar o mar. 
Agora, ainda com 2 meses, lá na casa da praia, já exigia dormir no quarto junto comigo. Detesta ficar sozinha. E eu também.
Criar um animal requer uma grande responsabilidade. Ao trazê-la para o meu apartamento será um caminho sem volta.
Esse é o meu dilema: fico ou não fico com ela?

7 comentários:

Magia da Inês disse...

♥♫♪
°º✿
º° ✿✿♥ Olá, amiga!
Eu tenho uma cadela que adotei... apanhei na rua... mandei para o veterinário foi tratada e é minha melhor amiga (canina).
Eu acho que você deveria se arriscar... se ela é grande para o seu apartamento doe para quem tem uma área maior e que vá cuidar bem dela e pegue uma pequenininha (mais adulta) na rua... mande para o veterinário, trate da saúde dela primeiro e depois a sua recompensa será enorme... parece que os cachorros de rua que são recuperados tem um carinho ainda maior com os novos donos. Falo isso por experiência própria.
Bom fim de semana!
Beijinhos.
Brasil
♥♫♪
°º✿
°º✿✿♪♫° ·.

Anônimo disse...

Fica! fica mesmo lol, na minha opiniao voces as duas nasceram para serem amadas, amor é isso mesmo, dar e receber! é verdade que ter um cachoro requer responsabilidade sim, tempo a dois, mas pensa um pouco, voce conhece alguem mais responsavel que voce? se conhece, convida a ficar com a cachorra, mas na minha opiniao vai perder a oportunidade de ter momentos unicos que a cachorra tem pra te oferecer. Se ficar com ela, depois me fala. Não quero te pressionar na decisão. quero sim que voce seja ainda mais feliz, afinal de contas voce merece Cem!

Eloah disse...

Ah! querida fica com ela.Eu tenho uma a Baby ( pincher pretinha) que já tem 13 anos.Moro num apto. também sozinha e ela é a minha grande companheira e só tem me trazido muitas alegrias.Tenho motivos para caminhar todas as manhãs e fazer umas comidinhas especiais para nós duas. Agora enquanto escrevo ela dorme ao meu lado.Dá trabalho, mas é compensador.Querida faça o que tens vontade.Ela vai te fazer muito feliz! Vá em frente.Bom domingo, que ele seja suave, doce e te faça feliz.Bjs Eloah

Célia disse...

Pensando no animal "grande"... preso em um apartamento... eu não ficaria... Acredito que ele sofrerá por não ter espaço adequado pra suas brincadeiras e vida natural de um cão... Mas, essa é uma decisão sua tão somente. Faça o que o seu coração mandar!Bom domingo! Célia.

Paulo Francisco disse...

Eu parei de ler algumas vezes para engolir seco. Seu texto mexeu comigo. Tenho três cadelas e, já falei, depois delas não mais.
Eu acho que seria uma loucura um cão de porte grande em apartamento...
Um beijo grande

Artes e escritas disse...

Posso te garantir que, se você ficar, conversará com todos os que estiverem a sua volta. Eu não tenho pets, mas fui à casa de uma amiga e a pet dela trouxe uma sombrinha até as minhas mãos; naquele dia chovia. A amizade delas é para sempre. Você é quem decide se pode ou não ter um pet. Um abraço, Yayá.

chica disse...

Já ficaste,rsrssr Ela tomou lugar no coração!E como é legal isso! beijos,chica